Thais Fernanda
No dia dessa discussão estranha, a Lara me ligou e me contou cada detalhe. De como ela ficou nervosa e com um pouco de medo também. Eu fiquei ouvindo ela falar, prestei atenção nos detalhes e tudo aquilo era muito surreal pra eu acreditar, o Bernard sempre me pareceu muito calmo e de boa com tudo na vida. Eu entendi o ciumes do Gui, porque afinal até eu tinha ciúmes do Gui, mas deixando isso tudo pra lá. Fomos viajar na semana seguinte. em dois carros. Eu fui no carro da Lara junto com ela e o Bernard, o Gui foi de carro também com a namorada dele e o Bruno.
Chegamos no chalé e havia muita sujeira por lá, colocamos os meninos pra limpar a bagunça e descarregar as malas enquanto nós, as meninas, fomos tomar banho pra fazer algo pra comer. De início a Manuella não foi com a nossa cara, ela era muito diferente de todos nós, não entendo ainda como o Guilherme, lindo do jeito que é, foi se interessar por aquela maria homem. Tenho que admitir que isso tudo mudou.
Tomei um banho mais demorado, foi até o meu quarto e sequei meu cabelo, de repente notei que o Bruno estava parado na porta me olhando, seus olhos estavam vazios como se ele não estivesse ali. Fingi que não notei e então ele deu alguns passos e entrou no quarto, se sentou na cama e eu virei pra ele e fiz sinal pra que saísse, não fui grosseira, mas fui direta. Ele não se moveu, então desliguei o secador.
- Escuta, você não tem que ajudar os meninos lá em baixo não?
- Sim, é claro - ele respondeu como se tivesse acabado de ser acordado - Mas é que a sua mala... Bom, ela...
- Hey, hey... Fala logo!
- Ela caiu e quebrou a rodinha, a culpa foi toda minha.
- O que? - Larguei o secador e corri pelas escadas, abri a porta de entrada, saí pela varanda aos gritos, quando cheguei no carro notei os meninos rindo, davam gargalhadas, vi a minha mala jogada no chão e corri até ela, fui checar as rodinha e elas estavam intactas. - Mas.. ?! Ué?
- Relaxa amor foi só uma brincadeira.
Era a voz do Bruno, virei pra ele encostado no batente da porta de madeira, com os braços cruzados, co um sorriso safado. Naquele momento jurei que não iria dar mole pra ele. Peguei a minha mala e não disse nada pra ele. Decidi que dali em diante ele ficaria invisível pra mim.
Continua...
Nada a Ver
Fazemos alguns vídeos, algumas pessoas assistem e decidimos escrever alguns textos sobre a nossa vida diária pra algumas pessoas lerem.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
domingo, 1 de fevereiro de 2015
FRIENDS - Parte 6
UM ANO DEPOIS
Lara França
Assim que nos formamos, eu e o Gui em jornalismo e o Bernard em agronomia, nós resolvemos juntar toda a galera e ir pra praia aproveitar as férias que finalmente haviam chegado. A ideia foi do Bruno, o irmão do Gui.
- Espera aí?! Quer dizer que o Bruno vai? - Eu tinha acabado de contar a ideia do Bruno sobre passar um tempo na praia. Estávamos na casa dele, já era oito da noite e aquele filme chato que ele me obrigou a assistir já tinha acabado.
- Olha amor, fica calmo tá legal? O Bruno... Bom ele tá diferente sabe? O Guilherme disse que depois de tanto tempo fora do país, ele voltou mudado. Qual é, vamos dar uma chance?! -
Ele ainda estava irritado porque nunca se deu bem com o Bruno. Afinal de contas o Bruno era mesmo um idiota egoísta, nem o Gui confiava muito no próprio irmão. Eu também não estava tão confiante com essa mudança repentina do Bru, mas a Thaís sempre foi apaixonada por ele, apesar dele nunca ter notado a pobre coitada, então resolvi dar esse voto de confiança.
Ele ainda estava irritado porque nunca se deu bem com o Bruno. Afinal de contas o Bruno era mesmo um idiota egoísta, nem o Gui confiava muito no próprio irmão. Eu também não estava tão confiante com essa mudança repentina do Bru, mas a Thaís sempre foi apaixonada por ele, apesar dele nunca ter notado a pobre coitada, então resolvi dar esse voto de confiança.
- Sinceramente não acho uma boa ideia. Apesar de tudo que você me disse acho melhor eu e você irmos pra um outro lugar... Sabe?! Só nós dois, numa outra praia ou qualquer outro lugar se você preferir.
- Só nós dois? - Me afastei um pouco dele - Você não quer se divertir com toda a galera?
- Essa não é a minha galera, é a sua Lara! - Ele se afastou mais um pouco e soltou a minha mão.
- Como assim? Do que você está falando? -
Não estava entendendo o porque dele estar tão irritado e alegando que não somos uma galera, ele não tinha muitos amigos antes de me conhecer, então os meus amigos se tornaram os amigos dele. E isso eu não tinha notado.
Não estava entendendo o porque dele estar tão irritado e alegando que não somos uma galera, ele não tinha muitos amigos antes de me conhecer, então os meus amigos se tornaram os amigos dele. E isso eu não tinha notado.
- Lara, se liga! Seus amigos são legais e tudo o mais mas não são meus amigos, eles têm a sua cara e o seu jeito. - Nesse momento ele já estava em pé na frente da TV - Eles nem gostam de mim, principalmente aquele Guilherme esquisito...
- Bernard! Qual é o seu problema? Você nunca agiu assim antes! E não fale assim do Bernard ele não tem nada a ver com essa sua crise maluca do nada! - Eu estava tão irritada que nem notei que gritava com ele de tanta raiva - Eu não vou ficar aqui te vendo agir como um idiota ta legal?!
- Idiota? Escuta aqui Lara eu estou cheio disso!
Me levantei do sofá e peguei a minha bolsa
- Pra onde você vai? - Ele estava berrando como um monstro.
Me levantei do sofá e peguei a minha bolsa
- Pra onde você vai? - Ele estava berrando como um monstro.
- Bernard... - Abaixei o tom e queria que ele fizesse o mesmo - Eu vou pra minha casa e você vai ficar aí pensando nas bobagens que me disse.
- Não, não, não... - Ele veio atrás de mim e segurou o meu braço, ele ainda gritava enfurecido - Vamos terminar essa conversa!
- Não vou terminar nada! Me solta - Puxei com força o meu braço e abri a porta.
- Lara, não! - Ele bateu a porta de volta.
Eu não estava acreditando, por um segundo fiquei com medo do que ele pudesse fazer, fiquei ainda mais nervosa. Virei o rosto e olhei direto nos olhos dele, vi que estava tão assustado quanto eu. Ele bufava, respirava como se acabasse de correr uma maratona, andou até o sofá e sentou tentando se acalmar. O que eu vi partiu meu coração. Ele estava com a mão no rosto, parecia envergonhado, tremia muito, fungou algumas vezes. Então caminhei até o sofá e me sentei ao lado dele. Eu não sabia o que fazer, nem o que dizer, nunca tinha visto ele agir daquele jeito.
- Lara, vai embora. Você não precisa mais ficar aqui. - ele sussurrou.
- Amor, não vou te deixar tá legal?! Se você quiser continuar com essa conversa, tudo bem. É só a gente tentar se controlar e não agir de maneira estúpida. Semana que vem vamos fazer um ano juntos, e nunca tínhamos brigado antes. Vamos nos acalmar tá legal?! - ele confirmou com a cabeça baixa - Eu te amo.
Ele me abraçou, nos deitamos no sofá em silêncio. Acabamos adormecendo. Só agora eu entendo que talvez seja apenas o cansaço de ambas as partes que levou aquela discussão estranha.
- Não, não, não... - Ele veio atrás de mim e segurou o meu braço, ele ainda gritava enfurecido - Vamos terminar essa conversa!
- Não vou terminar nada! Me solta - Puxei com força o meu braço e abri a porta.
- Lara, não! - Ele bateu a porta de volta.
Eu não estava acreditando, por um segundo fiquei com medo do que ele pudesse fazer, fiquei ainda mais nervosa. Virei o rosto e olhei direto nos olhos dele, vi que estava tão assustado quanto eu. Ele bufava, respirava como se acabasse de correr uma maratona, andou até o sofá e sentou tentando se acalmar. O que eu vi partiu meu coração. Ele estava com a mão no rosto, parecia envergonhado, tremia muito, fungou algumas vezes. Então caminhei até o sofá e me sentei ao lado dele. Eu não sabia o que fazer, nem o que dizer, nunca tinha visto ele agir daquele jeito.
- Lara, vai embora. Você não precisa mais ficar aqui. - ele sussurrou.
- Amor, não vou te deixar tá legal?! Se você quiser continuar com essa conversa, tudo bem. É só a gente tentar se controlar e não agir de maneira estúpida. Semana que vem vamos fazer um ano juntos, e nunca tínhamos brigado antes. Vamos nos acalmar tá legal?! - ele confirmou com a cabeça baixa - Eu te amo.
Ele me abraçou, nos deitamos no sofá em silêncio. Acabamos adormecendo. Só agora eu entendo que talvez seja apenas o cansaço de ambas as partes que levou aquela discussão estranha.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
FRIENDS - Parte 5
Quando Bernard me pegou em casa no dia daquela festa, não tínhamos muito o que conversar e isso ficou bem claro com o silencio constrangedor que passamos naquele carro. Então decidi ir informando o caminho, assim preencheríamos o silêncio comigo mostrando o caminho. Assim que chegamos no prédio da Thais, mandei uma mensagem e ela desceu. Então fomos até a casa do Gui que já estava com a Manu. Coloquei uma música boa e fomos cantando até a festa.
Era uma casa grande isolada da cidade, tinha piscina e churrasqueira, pra comer só alguns salgadinhos e muita bebida. Notei que Bernard não era chegado a bebidas alcoólicas, ponto positivo pra ele. Peguei um refrigerante e me sentei perto da piscina com a Thais.
- Você tá de brincadeira comigo Lara!
- O que? Porque?
- Você fez o garoto ir na tua casa te buscar? Depois ir na minha casa me buscar? E ainda buscar a esquisitona da Manuela com o Guilherme?
- Não entendi.
- Olha Lara - ela respirou fundo como se fosse me dizer algo importante - Sou sua amiga desde criança, e nunca vi você usar um cara desse jeito, ele é bonitinho cuidado pra não magoá-lo.
- Espera aí! Eu não estou usando, estou testando! - notei que ele estava se aproximando - Agora sai daqui que ele tá vindo.
- Olha o tom que você usa comigo - Ela olhou pra ele e se levantou - Vou estar ali do outro lado, qualquer coisa grita. - piscou pra mim e saiu rebolando.
- Eu ia te oferecer uma bebida mas notei que você já está bebendo. - Bernard se sentou ao meu lado.
Assim, conversamos a noite toda. Ele era engraçado, tinha um sorriso sedutor. Eu estava facinha pra ele, mas felizmente, Bernard não tentou se aproveitar de mim. Me levou pra casa e ficamos conversando no portão, parecia que com ele eu não sentia cansaço, estava disposta a conversar a noite toda. Mas ele por outro lado, parecia exausto então o mandei pra casa. E depois de 3 meses começamos a namorar.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
FRIENDS - Parte 4
Bernard Mattos
- É.. Então, o que você quer? - Ela me perguntou depois de algum tempo.
- Eu quero me apresentar... Afinal de contas, você estava com tanta pressa que nem deu tempo. Então, meu nome é Bernard e o seu?
- Bernard eu já te disse meu nome lembra? - Ela virou a cara e ficou encarando o amigo de longe, que acabara de atender o celular.
- Lara né?! - Eu disse começando a ficar ansioso. Estava com vergonha de olhar no roso dela então fiquei encarando seu vestido, com aquelas flores pequenas e delicadas. Nossa como eu estava nervoso, minhas mãos estavam suando.
- Isso mesmo! - ela respondeu ajeitando o cabelo.
- Lara eu só vim te entregar isso olha... - Estendi pra ela um folheto de uma festa que a minha sala estava organizando pra arrecadação de verba. Ela pegou sem muito interesse e enfiou na bolça direto.
- Será que dá pra você parar de encará-lo? - Ouvi uma voz extremamente aguda vindo por trás de mim. Era uma garotinha loira muito bem arrumada, puxou a Lara e a levou pra longe de mim,ainda dando bronca como uma mãe briga com o filho porque brincou na terra. Aquela garotinha nem deixou a Lara se despedir de mim.
A festa seria na próxima semana, eu queria levá-la. Tudo estava estranho,toda aquela química que parecia ter rolado na primeira vez em que a vi, parecia ter desaparecido. Procurei a Lara durante aquela semana tanto no campus quanto nas redes sociais. Mas eu não sabia nada dela, que curso ela estava, quantos anos tinha, eu só sabia o seu primeiro nome. Esperava que ela ao menos fosse na festa e que lá a gente poderia conversar um pouco. Eu queria tanto desfazer aquela má impressão do nosso segundo encontro. Chegou o dia da festa e logo de manhã recebi uma mensagem de um número estranho que dizia:
"E aí Bernard, é a garota que quase te atropelou, e que você entregou um folheto de uma festa. Então.. Estou super afim de ir a uma festa hoje (é hoje né?) Aquele seu folheto eu perdi, ou melhor minha amiga, a Thais perdeu. E agora eu não sei onde é... Será que você pode me mandar o endereço? Obrigada! =) "
Nossa, como será que ela conseguiu meu número? Fiquei feliz pela mensagem e respondi logo em seguida:
"Oi Lara, se você quiser eu posso ir até a sua casa te buscar! O que você acha?"
Alguns minutos depois ela respondeu:
" Mas eu moro longe... Não quero te incomodar. E tenho que pegar meus amigos também..."
Pensei um pouco sobre ela morar muito longe mas eu queria tanto vê-la que tinha deixado de lado toda a minha timidez e insisti:
"Não tem problema. Me passa o seu endereço que a gente passa na casa dos seus amigos também. Só se você quiser, é claro."
Ela me passou o endereço e essa festa entrou para a história de nossas vidas.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
FRIENDS - Parte 3
Manu Ramos
Assim que desliguei o telefone, me joguei na cama e comecei a lembrar dos bons momento ao lado do Guilherme. Como aquela vez em que fizemos um pique nique no lago. das piadas sem graça que ele contava pra me distrair quando eu ficava tensa. A saudade estava me matando! Um mês sem se ver, sem um beijo ou um abraço, por mais que eu ligue pra ele todos os dias, as vezes só pra ouvir a sua voz, não estava feliz em deixá-lo com aquela amiguinha dele, Lara.Não vou nem gastar meu tempo contando pra você quantas vezes ela tentou acabar com o meu namoro com o Gui.
Apesar de tudo e de todos, nós estamos namorando à dois anos. Eu o amo por tudo que ele é, e por tudo que ele faz. E eu sei que ele me ama e nunca me trairia, porque ele escolheria uma garota como eu para trair? Eu, que não faço parte da elite assim como ele e todos os seus amigos, que sou mais nova do que todos eles. Que, até hoje, não consegui me "enturmar", não sou do tipo que está sempre cheia de maquiagem como a Thais, nem do tipo que está sempre de vestido como a Lara. Eu sou do tipo que anda de ônibus, gosta de músicas de bandas que ninguém nunca ouviu falar, prefere um filme em casa do que ir ao shopping gastar um dinheiro que não é meu, vou muito mais à um bar do que à balada. Odeio ser fotografada, nunca me sinto à vontade pra isso, mesmo com o Gui insistindo que meu corpo e meu estilo entram em harmonia perfeita diferente da Lara que é magra demais ou Thais que exagera na maquiagem.
As vezes eu fico pensando que poderia arrumar amigos que fossem mais a minha cara, mas pessoas como eu gostam de ficar sozinhas e não fazem amizade fácil. Eu não sou do tipo que saio cumprimentando todo mundo. Talvez seja por isso que os amigos do Gui meio que se tornaram os meus amigos também, já que ele é tão desinibido e assanhado, no sentido de fazer amizades claro.
- E aí? Tá pronta?
É claro que se eu não fosse interrompida pelo meu professor eu iria longe com os meus pensamentos. Naquele momento tudo se voltou para o meu diploma, se todo meu tempo de exílio valeu a pena. Já que o professor me chamou de maneira suave e não agitada como sempre, meu coração disparou descontrolado. Levantei da cama, peguei minhas malas e corri pelo corredor, logo atrás dele. No fim do corredor tinha uma porta bem grande, toda preta. Antes de abrir a porta fez sinal para deixar as malas do lado de fora. Entramos na sala e um senhor me aguardava em pé, meus joelhos tremeram.
- Olá senhorita Manoela! - A voz daquele senhor ela muito agradável. - Sente-se por gentileza. senhor Ronald fique a vontade - ele esticou o braço apontando para as cadeiras depois olhou diretamente para mim enquanto descia lentamente o quadril até o acento - Espero que não tenha demorado tanto me aguardando querida.
- Não, não, magina. - Respondi depressa.
- Que bom. Enfim, você sabe que a nossa escola te disponibilizou uma bolsa, e como qualquer outro benefício, você teve que mostrar se estava apta a receber o nosso diploma. Analisei suas provas pessoalmente senhorita e posso te garantir que você me intrigou muito com o seu modo filosófico de pensar. Acredito, e aposto, que você não trabalhou nisso sozinha, é claro que seu orientador te instruiu de maneira correta, já que ele foi um de nossos alunos. Bom, a pergunta é a seguinte: Você teria o interesse de fazer a sua pós graduação aqui conosco?
- Pós graduação? - Repeti empolgada - Eu... Nossa, eu não teria palavras para descrever a minha alegria, caso isso acontecesse.
- Fico muito feliz ao ouvir isso minha querida. Eu sei também que a sua graduação só acabará no próximo ano. Mas ainda assim sua vaga estará garantida aqui conosco.
Assim que desliguei o telefone, me joguei na cama e comecei a lembrar dos bons momento ao lado do Guilherme. Como aquela vez em que fizemos um pique nique no lago. das piadas sem graça que ele contava pra me distrair quando eu ficava tensa. A saudade estava me matando! Um mês sem se ver, sem um beijo ou um abraço, por mais que eu ligue pra ele todos os dias, as vezes só pra ouvir a sua voz, não estava feliz em deixá-lo com aquela amiguinha dele, Lara.Não vou nem gastar meu tempo contando pra você quantas vezes ela tentou acabar com o meu namoro com o Gui.
Apesar de tudo e de todos, nós estamos namorando à dois anos. Eu o amo por tudo que ele é, e por tudo que ele faz. E eu sei que ele me ama e nunca me trairia, porque ele escolheria uma garota como eu para trair? Eu, que não faço parte da elite assim como ele e todos os seus amigos, que sou mais nova do que todos eles. Que, até hoje, não consegui me "enturmar", não sou do tipo que está sempre cheia de maquiagem como a Thais, nem do tipo que está sempre de vestido como a Lara. Eu sou do tipo que anda de ônibus, gosta de músicas de bandas que ninguém nunca ouviu falar, prefere um filme em casa do que ir ao shopping gastar um dinheiro que não é meu, vou muito mais à um bar do que à balada. Odeio ser fotografada, nunca me sinto à vontade pra isso, mesmo com o Gui insistindo que meu corpo e meu estilo entram em harmonia perfeita diferente da Lara que é magra demais ou Thais que exagera na maquiagem.
As vezes eu fico pensando que poderia arrumar amigos que fossem mais a minha cara, mas pessoas como eu gostam de ficar sozinhas e não fazem amizade fácil. Eu não sou do tipo que saio cumprimentando todo mundo. Talvez seja por isso que os amigos do Gui meio que se tornaram os meus amigos também, já que ele é tão desinibido e assanhado, no sentido de fazer amizades claro.
- E aí? Tá pronta?
É claro que se eu não fosse interrompida pelo meu professor eu iria longe com os meus pensamentos. Naquele momento tudo se voltou para o meu diploma, se todo meu tempo de exílio valeu a pena. Já que o professor me chamou de maneira suave e não agitada como sempre, meu coração disparou descontrolado. Levantei da cama, peguei minhas malas e corri pelo corredor, logo atrás dele. No fim do corredor tinha uma porta bem grande, toda preta. Antes de abrir a porta fez sinal para deixar as malas do lado de fora. Entramos na sala e um senhor me aguardava em pé, meus joelhos tremeram.
- Olá senhorita Manoela! - A voz daquele senhor ela muito agradável. - Sente-se por gentileza. senhor Ronald fique a vontade - ele esticou o braço apontando para as cadeiras depois olhou diretamente para mim enquanto descia lentamente o quadril até o acento - Espero que não tenha demorado tanto me aguardando querida.
- Não, não, magina. - Respondi depressa.
- Que bom. Enfim, você sabe que a nossa escola te disponibilizou uma bolsa, e como qualquer outro benefício, você teve que mostrar se estava apta a receber o nosso diploma. Analisei suas provas pessoalmente senhorita e posso te garantir que você me intrigou muito com o seu modo filosófico de pensar. Acredito, e aposto, que você não trabalhou nisso sozinha, é claro que seu orientador te instruiu de maneira correta, já que ele foi um de nossos alunos. Bom, a pergunta é a seguinte: Você teria o interesse de fazer a sua pós graduação aqui conosco?
- Pós graduação? - Repeti empolgada - Eu... Nossa, eu não teria palavras para descrever a minha alegria, caso isso acontecesse.
- Fico muito feliz ao ouvir isso minha querida. Eu sei também que a sua graduação só acabará no próximo ano. Mas ainda assim sua vaga estará garantida aqui conosco.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
FRIENDS - Parte 2
Gui Ferreira
Na boa. Quando eu vi aquele cara, deitado no gramado com aqueles mauricinhos, confesso, eu não gostei nem um pouco dele. Mas Lara estava tão paralisada, de maneira apaixonante, que não pude falar o que pensei, sei lá, foi melhor assim. Quiz desviar, e mudar de assunto mas era tarde demais, ele avistou Lara, se levantou e caminhou em nossa direção.
- Ai meu Deus fala pra mim que ele não está vindo pra cá - disse Lara com o canto da boca, ela fazia isso quando ficava nervosa.
- Acho que tá. - Eu não queria dizer nada que pudesse magoá-la então reduzi as palavras ao máximo que pude.
- Oi - Ele parou na frente dela esperando uma resposta.
- Oi! - Eu respondi antes, e o tom saiu mais grave do que eu esperava. Ele me encarou um pouco constrangido.
- É.. Vocês estão juntos?
- Não! - Lara respondeu depressa. Seguiu-se um silêncio constrangedor, até que eu decidi sair dali.
- Bom, acho que vocês querem conversar, né? Então, a gente se vê depois Lara.
Eles ficaram em silêncio ainda, pareciam hipnotizados. Eu iria ficar analisando-os de longe mas meu celular tocou, era Manu.
- Alô? Manu? - Disse ao atender
- Oi amor, tudo bem?
- Sim, e aí ta tudo certo pra amanhã?
- É.. - A voz vacilou - Eu vou dar um jeito nas coisas aqui, e tudo vai dar certo. Estou com muita saudade! Esse lugar me faz pensar em você o tempo todo, mal consigo estudar. - Ela estava em um internato, um curso intensivo de um mês, disponível apenas para os alunos que querem ir para o último ano de filosofia com um curso a mais no currículo, já estava acabando, de acordo com as nossas contas ela viria pra casa no dia seguinte. - Preciso desligar.
- Sinto sua falta aqui comigo - Eu sussurrei.
- Hey.. Te amo meu gato.
- Também te amo minha gata! - Ela desligou.
Na boa. Quando eu vi aquele cara, deitado no gramado com aqueles mauricinhos, confesso, eu não gostei nem um pouco dele. Mas Lara estava tão paralisada, de maneira apaixonante, que não pude falar o que pensei, sei lá, foi melhor assim. Quiz desviar, e mudar de assunto mas era tarde demais, ele avistou Lara, se levantou e caminhou em nossa direção.
- Ai meu Deus fala pra mim que ele não está vindo pra cá - disse Lara com o canto da boca, ela fazia isso quando ficava nervosa.
- Acho que tá. - Eu não queria dizer nada que pudesse magoá-la então reduzi as palavras ao máximo que pude.
- Oi - Ele parou na frente dela esperando uma resposta.
- Oi! - Eu respondi antes, e o tom saiu mais grave do que eu esperava. Ele me encarou um pouco constrangido.
- É.. Vocês estão juntos?
- Não! - Lara respondeu depressa. Seguiu-se um silêncio constrangedor, até que eu decidi sair dali.
- Bom, acho que vocês querem conversar, né? Então, a gente se vê depois Lara.
Eles ficaram em silêncio ainda, pareciam hipnotizados. Eu iria ficar analisando-os de longe mas meu celular tocou, era Manu.
- Alô? Manu? - Disse ao atender
- Oi amor, tudo bem?
- Sim, e aí ta tudo certo pra amanhã?
- É.. - A voz vacilou - Eu vou dar um jeito nas coisas aqui, e tudo vai dar certo. Estou com muita saudade! Esse lugar me faz pensar em você o tempo todo, mal consigo estudar. - Ela estava em um internato, um curso intensivo de um mês, disponível apenas para os alunos que querem ir para o último ano de filosofia com um curso a mais no currículo, já estava acabando, de acordo com as nossas contas ela viria pra casa no dia seguinte. - Preciso desligar.
- Sinto sua falta aqui comigo - Eu sussurrei.
- Hey.. Te amo meu gato.
- Também te amo minha gata! - Ela desligou.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
FRIENDS - Parte 1
Lara França
De repente me vi como a melhor amiga de Guilherme, foram quatro anos de convívio diários. Nós dois temos muito em comum. Amamos fotografias, escrever, natureza, as mesmas pessoas, os mesmos lugares favoritos e partilhamos alguns sonhos também. Foi na faculdade que nos conhecemos, fizemos o curso de jornalismo e começamos a conversar já no primeiro dia. O professor Ferdinando fez duplas e acabamos ficando juntos. Desde então um entende o outro.
Talvez a parte mais complicada de tudo isso seja Manuella, a namorada de Guilherme. Sempre achei que ela tinha inveja da minha amizade, cem porcento saudável com ele. Mas de uns tempos pra cá, tenho desconfiado que ela tem é inveja de mim. Eu juro que tentei ser amiga dela também. Me afastei do Gui quando eles começaram a namorar, pra evitar brigas entre eles. Mas, mesmo assim, eles brigam tanto que ele sempre ficava mal nas aulas, desatento e sempre cansado. Ele precisava de uma amiga e eu de um amigo. Ontem eles fizeram dois anos de namoro. Fico feliz por estarem bem. Afinal de contas acabei de encontrar o meu príncipe encantado.
Bernard e eu nos conhecemos no trânsito, eu quase passei por cima dele com o meu carro. Já vou logo dizendo que a culpa não foi minha. A moto dele ficou invisível durante dois segundos e apareceu do nada na minha frente.
- Hey!!! - Ele gritou - Ta louca?
- Ta louco você!! Seu idiota! - Quem ele pensa que é pra gritar comigo desse jeito? - pensei.
Encostei o carro e ele desceu da moto. Ele estava vindo pra cima de mim, parecia que ia me bater, seu olhos pareciam pegar fogo de raiva. Mas quando viu que era só uma garota, murchou. Parou na frente do carro e tirou o capacete. Eu o encarei ainda irritada. 'Que garoto esquentadinho.' Andou até a porta do motorista e me perguntou:
- Você tem carteira? Quero ver!
- Olha, eu to atrasada tá legal? - bufei - Não tenho tempo pra perder com você não queridinho! Agora tira a sua moto da minha frente!
- Quero ver a sua carteira! - Ele insistiu
- Ah! se liga meu! Cai fora daqui!
- Garota, qual o seu nome?
- Você é policial? - Perguntei baixando a bola
- Nome por favor!
- Meu nome é Lara. Quem é você?
- Olha Lara, meu nome é Bernard. - ele disse com a voz mansa - Não sou policial. E também estou atrasado. Mas o que você fez foi perigoso, por favor tome mais cuidado! Você tem carteira?
- Bernard... Tenho sim. - Respirei fundo e percebi que o que ele queria era só um pedido de desculpas - Olha, me desculpe ta. Eu estou atrasada, tenho varias provas hoje... Me desculpe.
- Que isso - disse ele sorrindo. Ficou ali parado me olhando.
- Preciso mesmo ir.. Será que você pode... - Apontei para a moto com os olhos
- Ah claro, eu também preciso ir. Estou atrasado. gostei dos seus olhos! - Disse ele já tirando a moto da frente.
Três horas depois a gente se trombou no campus da faculdade. Não acreditei no que meus olhos viram. Ele era muito mais bonito do que parecia. Estava sentado na grama conversando com uns amigos, aquele sorriso, aquelas covinhas nas bochechas, ele todo me hipnotizou. O Guilherme estava comigo e notou que eu não parava de encarar o garoto do outro lado da praça do campus.
- Pára de secar o menino desse jeito, Lara!
- Eu.. Eu não estou secando ninguém.. Mas.. Lembra do garoto que quase atropelei? Acho que é aquele ali.
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