Fazemos alguns vídeos, algumas pessoas assistem e decidimos escrever alguns textos sobre a nossa vida diária pra algumas pessoas lerem.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
FRIENDS - Parte 4
Bernard Mattos
- É.. Então, o que você quer? - Ela me perguntou depois de algum tempo.
- Eu quero me apresentar... Afinal de contas, você estava com tanta pressa que nem deu tempo. Então, meu nome é Bernard e o seu?
- Bernard eu já te disse meu nome lembra? - Ela virou a cara e ficou encarando o amigo de longe, que acabara de atender o celular.
- Lara né?! - Eu disse começando a ficar ansioso. Estava com vergonha de olhar no roso dela então fiquei encarando seu vestido, com aquelas flores pequenas e delicadas. Nossa como eu estava nervoso, minhas mãos estavam suando.
- Isso mesmo! - ela respondeu ajeitando o cabelo.
- Lara eu só vim te entregar isso olha... - Estendi pra ela um folheto de uma festa que a minha sala estava organizando pra arrecadação de verba. Ela pegou sem muito interesse e enfiou na bolça direto.
- Será que dá pra você parar de encará-lo? - Ouvi uma voz extremamente aguda vindo por trás de mim. Era uma garotinha loira muito bem arrumada, puxou a Lara e a levou pra longe de mim,ainda dando bronca como uma mãe briga com o filho porque brincou na terra. Aquela garotinha nem deixou a Lara se despedir de mim.
A festa seria na próxima semana, eu queria levá-la. Tudo estava estranho,toda aquela química que parecia ter rolado na primeira vez em que a vi, parecia ter desaparecido. Procurei a Lara durante aquela semana tanto no campus quanto nas redes sociais. Mas eu não sabia nada dela, que curso ela estava, quantos anos tinha, eu só sabia o seu primeiro nome. Esperava que ela ao menos fosse na festa e que lá a gente poderia conversar um pouco. Eu queria tanto desfazer aquela má impressão do nosso segundo encontro. Chegou o dia da festa e logo de manhã recebi uma mensagem de um número estranho que dizia:
"E aí Bernard, é a garota que quase te atropelou, e que você entregou um folheto de uma festa. Então.. Estou super afim de ir a uma festa hoje (é hoje né?) Aquele seu folheto eu perdi, ou melhor minha amiga, a Thais perdeu. E agora eu não sei onde é... Será que você pode me mandar o endereço? Obrigada! =) "
Nossa, como será que ela conseguiu meu número? Fiquei feliz pela mensagem e respondi logo em seguida:
"Oi Lara, se você quiser eu posso ir até a sua casa te buscar! O que você acha?"
Alguns minutos depois ela respondeu:
" Mas eu moro longe... Não quero te incomodar. E tenho que pegar meus amigos também..."
Pensei um pouco sobre ela morar muito longe mas eu queria tanto vê-la que tinha deixado de lado toda a minha timidez e insisti:
"Não tem problema. Me passa o seu endereço que a gente passa na casa dos seus amigos também. Só se você quiser, é claro."
Ela me passou o endereço e essa festa entrou para a história de nossas vidas.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
FRIENDS - Parte 3
Manu Ramos
Assim que desliguei o telefone, me joguei na cama e comecei a lembrar dos bons momento ao lado do Guilherme. Como aquela vez em que fizemos um pique nique no lago. das piadas sem graça que ele contava pra me distrair quando eu ficava tensa. A saudade estava me matando! Um mês sem se ver, sem um beijo ou um abraço, por mais que eu ligue pra ele todos os dias, as vezes só pra ouvir a sua voz, não estava feliz em deixá-lo com aquela amiguinha dele, Lara.Não vou nem gastar meu tempo contando pra você quantas vezes ela tentou acabar com o meu namoro com o Gui.
Apesar de tudo e de todos, nós estamos namorando à dois anos. Eu o amo por tudo que ele é, e por tudo que ele faz. E eu sei que ele me ama e nunca me trairia, porque ele escolheria uma garota como eu para trair? Eu, que não faço parte da elite assim como ele e todos os seus amigos, que sou mais nova do que todos eles. Que, até hoje, não consegui me "enturmar", não sou do tipo que está sempre cheia de maquiagem como a Thais, nem do tipo que está sempre de vestido como a Lara. Eu sou do tipo que anda de ônibus, gosta de músicas de bandas que ninguém nunca ouviu falar, prefere um filme em casa do que ir ao shopping gastar um dinheiro que não é meu, vou muito mais à um bar do que à balada. Odeio ser fotografada, nunca me sinto à vontade pra isso, mesmo com o Gui insistindo que meu corpo e meu estilo entram em harmonia perfeita diferente da Lara que é magra demais ou Thais que exagera na maquiagem.
As vezes eu fico pensando que poderia arrumar amigos que fossem mais a minha cara, mas pessoas como eu gostam de ficar sozinhas e não fazem amizade fácil. Eu não sou do tipo que saio cumprimentando todo mundo. Talvez seja por isso que os amigos do Gui meio que se tornaram os meus amigos também, já que ele é tão desinibido e assanhado, no sentido de fazer amizades claro.
- E aí? Tá pronta?
É claro que se eu não fosse interrompida pelo meu professor eu iria longe com os meus pensamentos. Naquele momento tudo se voltou para o meu diploma, se todo meu tempo de exílio valeu a pena. Já que o professor me chamou de maneira suave e não agitada como sempre, meu coração disparou descontrolado. Levantei da cama, peguei minhas malas e corri pelo corredor, logo atrás dele. No fim do corredor tinha uma porta bem grande, toda preta. Antes de abrir a porta fez sinal para deixar as malas do lado de fora. Entramos na sala e um senhor me aguardava em pé, meus joelhos tremeram.
- Olá senhorita Manoela! - A voz daquele senhor ela muito agradável. - Sente-se por gentileza. senhor Ronald fique a vontade - ele esticou o braço apontando para as cadeiras depois olhou diretamente para mim enquanto descia lentamente o quadril até o acento - Espero que não tenha demorado tanto me aguardando querida.
- Não, não, magina. - Respondi depressa.
- Que bom. Enfim, você sabe que a nossa escola te disponibilizou uma bolsa, e como qualquer outro benefício, você teve que mostrar se estava apta a receber o nosso diploma. Analisei suas provas pessoalmente senhorita e posso te garantir que você me intrigou muito com o seu modo filosófico de pensar. Acredito, e aposto, que você não trabalhou nisso sozinha, é claro que seu orientador te instruiu de maneira correta, já que ele foi um de nossos alunos. Bom, a pergunta é a seguinte: Você teria o interesse de fazer a sua pós graduação aqui conosco?
- Pós graduação? - Repeti empolgada - Eu... Nossa, eu não teria palavras para descrever a minha alegria, caso isso acontecesse.
- Fico muito feliz ao ouvir isso minha querida. Eu sei também que a sua graduação só acabará no próximo ano. Mas ainda assim sua vaga estará garantida aqui conosco.
Assim que desliguei o telefone, me joguei na cama e comecei a lembrar dos bons momento ao lado do Guilherme. Como aquela vez em que fizemos um pique nique no lago. das piadas sem graça que ele contava pra me distrair quando eu ficava tensa. A saudade estava me matando! Um mês sem se ver, sem um beijo ou um abraço, por mais que eu ligue pra ele todos os dias, as vezes só pra ouvir a sua voz, não estava feliz em deixá-lo com aquela amiguinha dele, Lara.Não vou nem gastar meu tempo contando pra você quantas vezes ela tentou acabar com o meu namoro com o Gui.
Apesar de tudo e de todos, nós estamos namorando à dois anos. Eu o amo por tudo que ele é, e por tudo que ele faz. E eu sei que ele me ama e nunca me trairia, porque ele escolheria uma garota como eu para trair? Eu, que não faço parte da elite assim como ele e todos os seus amigos, que sou mais nova do que todos eles. Que, até hoje, não consegui me "enturmar", não sou do tipo que está sempre cheia de maquiagem como a Thais, nem do tipo que está sempre de vestido como a Lara. Eu sou do tipo que anda de ônibus, gosta de músicas de bandas que ninguém nunca ouviu falar, prefere um filme em casa do que ir ao shopping gastar um dinheiro que não é meu, vou muito mais à um bar do que à balada. Odeio ser fotografada, nunca me sinto à vontade pra isso, mesmo com o Gui insistindo que meu corpo e meu estilo entram em harmonia perfeita diferente da Lara que é magra demais ou Thais que exagera na maquiagem.
As vezes eu fico pensando que poderia arrumar amigos que fossem mais a minha cara, mas pessoas como eu gostam de ficar sozinhas e não fazem amizade fácil. Eu não sou do tipo que saio cumprimentando todo mundo. Talvez seja por isso que os amigos do Gui meio que se tornaram os meus amigos também, já que ele é tão desinibido e assanhado, no sentido de fazer amizades claro.
- E aí? Tá pronta?
É claro que se eu não fosse interrompida pelo meu professor eu iria longe com os meus pensamentos. Naquele momento tudo se voltou para o meu diploma, se todo meu tempo de exílio valeu a pena. Já que o professor me chamou de maneira suave e não agitada como sempre, meu coração disparou descontrolado. Levantei da cama, peguei minhas malas e corri pelo corredor, logo atrás dele. No fim do corredor tinha uma porta bem grande, toda preta. Antes de abrir a porta fez sinal para deixar as malas do lado de fora. Entramos na sala e um senhor me aguardava em pé, meus joelhos tremeram.
- Olá senhorita Manoela! - A voz daquele senhor ela muito agradável. - Sente-se por gentileza. senhor Ronald fique a vontade - ele esticou o braço apontando para as cadeiras depois olhou diretamente para mim enquanto descia lentamente o quadril até o acento - Espero que não tenha demorado tanto me aguardando querida.
- Não, não, magina. - Respondi depressa.
- Que bom. Enfim, você sabe que a nossa escola te disponibilizou uma bolsa, e como qualquer outro benefício, você teve que mostrar se estava apta a receber o nosso diploma. Analisei suas provas pessoalmente senhorita e posso te garantir que você me intrigou muito com o seu modo filosófico de pensar. Acredito, e aposto, que você não trabalhou nisso sozinha, é claro que seu orientador te instruiu de maneira correta, já que ele foi um de nossos alunos. Bom, a pergunta é a seguinte: Você teria o interesse de fazer a sua pós graduação aqui conosco?
- Pós graduação? - Repeti empolgada - Eu... Nossa, eu não teria palavras para descrever a minha alegria, caso isso acontecesse.
- Fico muito feliz ao ouvir isso minha querida. Eu sei também que a sua graduação só acabará no próximo ano. Mas ainda assim sua vaga estará garantida aqui conosco.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
FRIENDS - Parte 2
Gui Ferreira
Na boa. Quando eu vi aquele cara, deitado no gramado com aqueles mauricinhos, confesso, eu não gostei nem um pouco dele. Mas Lara estava tão paralisada, de maneira apaixonante, que não pude falar o que pensei, sei lá, foi melhor assim. Quiz desviar, e mudar de assunto mas era tarde demais, ele avistou Lara, se levantou e caminhou em nossa direção.
- Ai meu Deus fala pra mim que ele não está vindo pra cá - disse Lara com o canto da boca, ela fazia isso quando ficava nervosa.
- Acho que tá. - Eu não queria dizer nada que pudesse magoá-la então reduzi as palavras ao máximo que pude.
- Oi - Ele parou na frente dela esperando uma resposta.
- Oi! - Eu respondi antes, e o tom saiu mais grave do que eu esperava. Ele me encarou um pouco constrangido.
- É.. Vocês estão juntos?
- Não! - Lara respondeu depressa. Seguiu-se um silêncio constrangedor, até que eu decidi sair dali.
- Bom, acho que vocês querem conversar, né? Então, a gente se vê depois Lara.
Eles ficaram em silêncio ainda, pareciam hipnotizados. Eu iria ficar analisando-os de longe mas meu celular tocou, era Manu.
- Alô? Manu? - Disse ao atender
- Oi amor, tudo bem?
- Sim, e aí ta tudo certo pra amanhã?
- É.. - A voz vacilou - Eu vou dar um jeito nas coisas aqui, e tudo vai dar certo. Estou com muita saudade! Esse lugar me faz pensar em você o tempo todo, mal consigo estudar. - Ela estava em um internato, um curso intensivo de um mês, disponível apenas para os alunos que querem ir para o último ano de filosofia com um curso a mais no currículo, já estava acabando, de acordo com as nossas contas ela viria pra casa no dia seguinte. - Preciso desligar.
- Sinto sua falta aqui comigo - Eu sussurrei.
- Hey.. Te amo meu gato.
- Também te amo minha gata! - Ela desligou.
Na boa. Quando eu vi aquele cara, deitado no gramado com aqueles mauricinhos, confesso, eu não gostei nem um pouco dele. Mas Lara estava tão paralisada, de maneira apaixonante, que não pude falar o que pensei, sei lá, foi melhor assim. Quiz desviar, e mudar de assunto mas era tarde demais, ele avistou Lara, se levantou e caminhou em nossa direção.
- Ai meu Deus fala pra mim que ele não está vindo pra cá - disse Lara com o canto da boca, ela fazia isso quando ficava nervosa.
- Acho que tá. - Eu não queria dizer nada que pudesse magoá-la então reduzi as palavras ao máximo que pude.
- Oi - Ele parou na frente dela esperando uma resposta.
- Oi! - Eu respondi antes, e o tom saiu mais grave do que eu esperava. Ele me encarou um pouco constrangido.
- É.. Vocês estão juntos?
- Não! - Lara respondeu depressa. Seguiu-se um silêncio constrangedor, até que eu decidi sair dali.
- Bom, acho que vocês querem conversar, né? Então, a gente se vê depois Lara.
Eles ficaram em silêncio ainda, pareciam hipnotizados. Eu iria ficar analisando-os de longe mas meu celular tocou, era Manu.
- Alô? Manu? - Disse ao atender
- Oi amor, tudo bem?
- Sim, e aí ta tudo certo pra amanhã?
- É.. - A voz vacilou - Eu vou dar um jeito nas coisas aqui, e tudo vai dar certo. Estou com muita saudade! Esse lugar me faz pensar em você o tempo todo, mal consigo estudar. - Ela estava em um internato, um curso intensivo de um mês, disponível apenas para os alunos que querem ir para o último ano de filosofia com um curso a mais no currículo, já estava acabando, de acordo com as nossas contas ela viria pra casa no dia seguinte. - Preciso desligar.
- Sinto sua falta aqui comigo - Eu sussurrei.
- Hey.. Te amo meu gato.
- Também te amo minha gata! - Ela desligou.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
FRIENDS - Parte 1
Lara França
De repente me vi como a melhor amiga de Guilherme, foram quatro anos de convívio diários. Nós dois temos muito em comum. Amamos fotografias, escrever, natureza, as mesmas pessoas, os mesmos lugares favoritos e partilhamos alguns sonhos também. Foi na faculdade que nos conhecemos, fizemos o curso de jornalismo e começamos a conversar já no primeiro dia. O professor Ferdinando fez duplas e acabamos ficando juntos. Desde então um entende o outro.
Talvez a parte mais complicada de tudo isso seja Manuella, a namorada de Guilherme. Sempre achei que ela tinha inveja da minha amizade, cem porcento saudável com ele. Mas de uns tempos pra cá, tenho desconfiado que ela tem é inveja de mim. Eu juro que tentei ser amiga dela também. Me afastei do Gui quando eles começaram a namorar, pra evitar brigas entre eles. Mas, mesmo assim, eles brigam tanto que ele sempre ficava mal nas aulas, desatento e sempre cansado. Ele precisava de uma amiga e eu de um amigo. Ontem eles fizeram dois anos de namoro. Fico feliz por estarem bem. Afinal de contas acabei de encontrar o meu príncipe encantado.
Bernard e eu nos conhecemos no trânsito, eu quase passei por cima dele com o meu carro. Já vou logo dizendo que a culpa não foi minha. A moto dele ficou invisível durante dois segundos e apareceu do nada na minha frente.
- Hey!!! - Ele gritou - Ta louca?
- Ta louco você!! Seu idiota! - Quem ele pensa que é pra gritar comigo desse jeito? - pensei.
Encostei o carro e ele desceu da moto. Ele estava vindo pra cima de mim, parecia que ia me bater, seu olhos pareciam pegar fogo de raiva. Mas quando viu que era só uma garota, murchou. Parou na frente do carro e tirou o capacete. Eu o encarei ainda irritada. 'Que garoto esquentadinho.' Andou até a porta do motorista e me perguntou:
- Você tem carteira? Quero ver!
- Olha, eu to atrasada tá legal? - bufei - Não tenho tempo pra perder com você não queridinho! Agora tira a sua moto da minha frente!
- Quero ver a sua carteira! - Ele insistiu
- Ah! se liga meu! Cai fora daqui!
- Garota, qual o seu nome?
- Você é policial? - Perguntei baixando a bola
- Nome por favor!
- Meu nome é Lara. Quem é você?
- Olha Lara, meu nome é Bernard. - ele disse com a voz mansa - Não sou policial. E também estou atrasado. Mas o que você fez foi perigoso, por favor tome mais cuidado! Você tem carteira?
- Bernard... Tenho sim. - Respirei fundo e percebi que o que ele queria era só um pedido de desculpas - Olha, me desculpe ta. Eu estou atrasada, tenho varias provas hoje... Me desculpe.
- Que isso - disse ele sorrindo. Ficou ali parado me olhando.
- Preciso mesmo ir.. Será que você pode... - Apontei para a moto com os olhos
- Ah claro, eu também preciso ir. Estou atrasado. gostei dos seus olhos! - Disse ele já tirando a moto da frente.
Três horas depois a gente se trombou no campus da faculdade. Não acreditei no que meus olhos viram. Ele era muito mais bonito do que parecia. Estava sentado na grama conversando com uns amigos, aquele sorriso, aquelas covinhas nas bochechas, ele todo me hipnotizou. O Guilherme estava comigo e notou que eu não parava de encarar o garoto do outro lado da praça do campus.
- Pára de secar o menino desse jeito, Lara!
- Eu.. Eu não estou secando ninguém.. Mas.. Lembra do garoto que quase atropelei? Acho que é aquele ali.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
A Dama e o Vagabundo
- Aí! Passa o celular! - Exclamou num tom desesperador.
- Quê?! - Ela disse sem se alterar. Já estava acostumada a ser abordada por trombadinhas, afinal de contas a região onde morava era cheia desse tipo de gente.
- O celular menina! - Engrossou um pouco mais a voz.
- Olha cara - disse de um jeito que parecesse cansada de toda noite ser abordada por seres estúpidos como ele - Por incrível que pareça, esqueci o celular no serviço..
- Ah tá - o assaltante debochou - E eu esqueci minha arma na casa da sogra. Anda garota, passa a droga do celular.. Pode ser a carteira também vai!
- Carteira? ha.. Tá vazia que nem seu cérebro.
- Qual é meu, passa essa mochila!
Ela jogou a bolsa no chão e abriu o zíper maior.
- Tá vendo isso aqui? São livros e apostilas pelas quais não terão serventia nenhuma pra você.
- O que tem no bolso da frente?
- Abre e vê!
Ele se abaixou e abriu o zíper menor. Assim que colocou a mão dentro da bolsa puxou a carteira da jovem.
- Eu sabia - ele riu maliciosamente.
- Abre e vê! - Ela repetiu.
Puxou o zíper e abriu a carteira com cuidado, mas quando olhou dentro murchou. Ela estava vazia, só com alguns papeis e cartões.
- Mas.. - Ele suspirou cansado.
- Ta com fome? - Ela perguntou de súbito.
Demorou um pouco para notar que era um bandido incompetente, não conseguira nem escolher decentemente suas vítimas, escolhera uma que estava pior do que ele. Ao se ver naquela situação, se levantou meio abatido. E depois de alguns segundos respondeu.
- Um pouco.
- Eu tô cheia de fome! Trabalhei o dia todo e tive que ir pra faculdade ainda..
- É já, entendi. Vou indo, você tá pior que eu.
- Não, espera aí! Você não tem dinheiro? Que droga!
- Ué?! Se eu tivesse não estaria aqui assaltando uma pobretona.
- Eu moro virando a esquina, acho que minha mãe fez janta, ta afim?!
- Você vai levar um desconhecido na tua casa?
- Desconhecido? Eu te conheço Jorge, você que não me conhece.
- Demorou pra comer na casa da Dona Marta!
Ela riu constrangida ao saber que ele também a conhecia.
Depois disso muita coisa mudou, Jorge tomou jeito na vida, arranjou um emprego, terminou a escola e hoje é técnico eletricista, e Lorena Professora de história da cursinho mais famoso da cidade. O difícil é acreditar que depois de cinco anos Jorge e Lorena se casaram na igrejinha do bairro onde se conheceram.
domingo, 15 de junho de 2014
Apenas 25 anos - Final
Parte 1 aqui / Parte 2 aqui / Parte 3 aqui / Parte 4 aqui / Parte 5 aqui / Parte 6 aqui / Parte 7 aqui / Parte 8aqui / Parte 9 aqui / Parte 10 aqui / Parte 11 aqui / Parte 12 aqui / Parte 13 aqui / Parte 14 aqui / Parte 15 aqui / Parte 16 aqui / Parte 17 aqui / Parte 18 aqui / Parte 19 aqui / Parte 20 aqui
Tudo que ele disse ficou
gravado na minha memória até hoje. Cada palavra, cada momento em que eu e Jessé
sentimos que ele estava falando conosco, quando nossos olhares cruzavam, cada
momento em que Jessé dava uma pequena apertadinha na minha mão. Não vou
escrever aqui tudo o que ele disse, mas posso te dizer que tudo que ele disse fez sentido pra mim. Assim que ele
terminou de falar, sua esposa apareceu com uma caixa e começou a distribuir bíblias, eu estava tão comovida com tudo, que havia acontecido que nem notei que
só haviam suicidas naquele lugar. Quando segurei a bíblia não pude me conter,
abracei, beijei e chorei. De uma maneira silenciosa e delicada, chorei.
- Assim que vocês
receberem essa bíblia. - Rogério começou a dizer - Por favor levantem-se. – quando todos ficaram de pé, ele
continuou – Esse livro que vocês estão recebendo, é um manual de vida. Aqui você
encontrará o amor que tanto procura, a paz, a coragem, liberdade e tudo o
quanto mais você precisar. A perfeição que esse livro carrega foi feito
exclusivamente sob medida só para você! Se só existisse você no mundo, pra você
ter uma ideia, o mundo seria do mesmo jeito, o por do sol seria encantador do
mesmo jeito, o mar seria o mesmo, os passaros cantariam só pra você. Deus ama a
todos nós como se tivesse apenas um de nós para amar!
Desabei, o que era
silencioso e delicado tornou-se barulhento e bruto. Jessé me abraçou de lado,
tentei me acalmar, eu juro. Mas naquele momento eu senti algo muito louco, uma
angustia, como eu pude ter magoado o meu Deus daquela forma? Como pude ser tão
cega ao ponto de não querer mais viver? Eu não conseguia dizer nada, mas meus
pensamentos imploravam só uma coisa, perdão. Foi quando ouvi Jessé. Ele sussurrava:
- Ah Deus... Eu sinto
muito, sinto muito ter te magoado. Eu não deveria ter feito o que fiz. Nós não
deveríamos ter feito o que fizemos. Só o Senhor dá a vida, e só o Senhor pode
tirar. Me perdoe. Nos perdoe.Tudo o que o Rogério disse hoje, eu sei que foi
você, Deus, querendo me ensinar, querendo que eu volte para sua casa e seja
como antes. Me ajuda... Me ajuda... Eu ainda te amo.
Aquele dia entrou pra
história da minha vida. Eu e Jessé nos recuperamos, e algumas semanas depois recebemos alta. Saímos do hospital no mesmo
dia, porém em horários diferentes. No dia de nossa volta para casa, logo pela
manhã ele me disse que estaria me esperando em casa, na minha casa. As dez da
manhã Jessé saiu pelo portão da frente, carregando apenas uma sacola e a bíblia,
a mesma que o Rogério nos deu. Enquanto não dava a hora de ir, eu troquei de roupa e fiquei no jardim lendo a bíblia. Minhas coisas meu pai já tinha levado, então só estava
esperando uma autorização. Duas horas da tarde mamãe apareceu com a papelada
pronta, era só partir.
- Vamos embora desse
lugar? – Ela me disse com um sorriso no rosto, e dessa vez era um sorriso
sincero.
- Vamos sim mãe! – Me levantei
do banco e a abracei com força – Eu sinto muito por ter feito você passar por
tudo isso. A senhora não merece uma filha assim. Mas agora eu vou mudar mãe, já
estou mudando. Quero me casar com o Jessé, trabalhar, quero te dar orgulho outra vez. Deus
vai me ajudar, Ele está comigo agora, e eu estou com Ele!
Segurei em sua mão, e caminhamos em direção ao
carro. Finalmente estava livre!
FIM
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Apenas 25 anos - Parte 20
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Assim que terminei de dizer
essas palavras fiquei encantada comigo mesma, não fazia ideia que eu pudesse
dizer coisas assim. Depois de todo o meu trauma, eu ainda consigo amar com
facilidade. Foi então que notei que tudo que eu precisava, não era de amigos me
dizendo que eu precisava me valorizar, ou de um emprego que me pagasse bem, ou
de uma família que não tivesse tantos casais para eu não me sentir sozinha e
achar que ser solteira é algo ruim. Eu só precisava saber do Jessé, saber se
ele estava bem, ouvir sua voz, sentir seu cheiro, abraçá-lo, ficar com ele.
Assim que ele ficou numa
boa, eu decidi que não conversaríamos sobre o passado, não o nosso pelo menos, então
comecei a contar sobre o casamento do Bruno, como foi, quem estava lá e tal,
sobre o livro que vi minha mãe lendo e achei que ela estava grávida, mas na
verdade era Alice. Passamos o resto da manhã conversando sobre os outros.
Naquele dia o almoço foi
na cantina velha mesmo, foi uma comida diferente, ela estava gostosa, parecia
que a minha mãe que tinha feito. Assim que o almoço terminou, comecei a me
sentir num hotel, estava bem melhor é claro, o Jessé estava comigo o tempo
todo. Fomos todos de volta ao jardim, chegamos lá e haviam cadeiras
posicionadas, eu já até imaginei que iria rolar uma conversa ou uma palestra,
alguma coisa desse tipo. Eu e Jessé nos sentamos e ficamos de mãos dadas.
Assim que todos já estavam
assentados, um homem entrou e parou na frente de todos nós. Eu pensei que fosse
um louco qualquer. Mas o homem se vestia de maneira diferente, estava de calça
jeans, camiseta de alguma dessas marcas conhecidas e chinelo. Aparentava ter em
média uns trinta anos no máximo, cabelos escuros e olhos bem claros. O dia
estava fresquinho e estávamos em baixo de uma grande sobra de várias
árvores. Depois de nos encarar durante
alguns minutos ele começou a tocar um violão que até então nem tinha notado que
estava ali, atrás do banco onde ele se sentou. Ficou ali tocando durante alguns
minutos, até que parou de tocar e começou a falar de maneira empolgada:
- Muito boa tarde gente!
Meu nome é Rogério, tenho 32 anos e hoje eu vim aqui contar um pouco da minha
vida pra vocês. Eu cresci numa cidade pequena com meus pais e meus irmãos,
éramos em 6 filhos em um sítio. Eu sofri muito na minha infância, nunca
frequentei a escola. Meu pai achava errado. Achava que a escola não me ajudaria
em nada, então eu e meus irmãos trabalhávamos com ele na plantação de milho que
tínhamos. Na época apanhávamos muito, até cada um crescer e decidir que rumo
tomar na vida. Eu, sendo o mais novo, fui o último a sair de casa. Meu pai
bebia muito e batia em todos nós, inclusive na minha mãe. Juntei dinheiro e
consegui fazer contato com uma tia minha que morava na capital, pedi ajuda,
falei pra ela que meus irmãos já tinham saído de casa e que eu estava sozinho
com a mamãe, apanhando do papai. Nessa época eu tinha o que? Uns doze ou treze
anos. Ela veio nos buscar em um final de semana na madrugada. Naquela noite
mamãe e eu enchemos a cara do papai de cerveja, e não de porrada, assim que ele
apagou, pegamos as nossas coisas e fugimos. Cinco anos depois recebi a noticia
de que meu pai estava morto. Fiquei muito triste por ele, apesar de tudo ele era
meu pai. O enterramos e vendemos o sítio, com o dinheiro comprei uma casa para
mamãe. Arranjei um emprego, terminei a escola e comecei uma faculdade. E foi lá
que eu encontrei uma pessoa muito especial, Marcela, que hoje é minha esposa,
ela me levou a igreja dela, onde o pastor era o próprio pai. Imaginem minha
situação, né. Me sentei ao lado dela morrendo de vergonha, apesar de tudo
gostei muito do culto e das pessoas daquele lugar. No dia seguinte eu voltei
lá, mas sem a Marcela. Conversei com o pastor e fiz várias perguntas sobre
Deus, quem ele era, porque coisas ruins acontecem com pessoas boas? Conversamos
a tarde inteira e no final de nossa conversa ele me entregou um livro. – Levou
a mão ao bolço e puxou o celular. – O livro está aqui! Vou abrir um aplicativo
aqui rapidão... E... Pronto! Esse livro aqui, mudou a minha a minha vida,
minhas crises sumiram de verdade. Minha vontade de desistir da vida, sumiu.
Terminei a faculdade e me tornei membro daquela igreja. Marcela se tornou minha
melhor amiga. – Deu um sorriso malicioso, que nos fez rir um pouco – Participava
de tudo na igreja, até que o líder da mocidade me colocou para pregar para os
jovens. Preguei, falei sobre fé. Disse o quanto a fé é importante se você quer
se achegar a Deus. Falei sobre a fé de Abraão. Falei sobre a fé das pessoas que
foram curadas por Jesus. Esse dia foi legal... No ano seguinte... Acho que foi
no ano seguinte, o pastor me colocou como líder da mocidade. Comecei a
trabalhar ministérios com a galera. Fizemos um grupo de coral, começamos com
cinco vozes hoje temos trinta e três pessoas cantando. Marcela chamou uma amiga,
da igreja mesmo, para ensaiar alguns jovens num ministério de dança. Começaram
com sete jovens, cinco meninas e dois meninos. Hoje o grupo está com dezoito
dançarinos, que dançam de tudo. Balet, hiphop, axé, frevo. – novamente arrancou
de nós, risadas que nos fizeram sentir vivos – Tem mais ainda. Comecei a pegar
mais na área espiritual, então abrimos mais um ministério, o evangelismo. Uma
vez por mês juntávamos todos os jovens e íamos até o centro da cidade com
cartazes “SÓ JESUS PODE TE LIBERTAR” , “ACEITE JESUS COMO SEU SALVADOR” ,
“JESUS TE AMA DEMAIS PRA TE DEIXAR”... Entre outras coisas bem legais e
criativas que os jovens escreviam, cada um no seu cartaz. Ganhamos jovens para
Jesus com cada projeto desse. Mas eu não estava satisfeito, então chamei um
jovem participante e conversei com ele sobre abrir um ministério de louvor,
juntamos músicos e pegamos algumas vozes do coral. Chamei também um casal de
jovens para abrir mais um ministério, teatro. Começamos com sete pessoas e hoje
estamos com vinte três pessoas no ministério de teatro! Isso tudo queridos, não
é pra vocês verem que eu sou o bom, não, não. De jeito nenhum! Isso é pra vocês
entenderem que Deus te tira do nada e te poe onde Ele quer! Esse ano eu não
estou mais na liderança, mas me orgulho de tudo que cada jovem se tornou ali
dentro. Deus quer fazer isso contigo nessa tarde! Ele te ama muito pra te
deixar sozinho nessa caminhada. A bíblia diz que tudo passa, tudo. Tudo nessa
vida passa gente, a dor passa, a fome passa, o cansaço passa, a tristeza
passa, a alegria, a paixão, e até o amor que sentimos uns pelos outros pode
passar. Mas as palavras de Deus vão durar eternamente! Hoje eu sou missionário,
e você o que quer ser nas mãos de Deus? Você sabia que antes de nascer, lá no
ventre da tua mãe, Deus já tinha um propósito na sua vida?
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Apenas 25 anos - Parte 19
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- Sim – Eu disse e ri um
pouquinho pelo susto que ele tomou – Foi no ano passado. Posso continuar? – Ele
riu e acenou com a cabeça. – Quando o Bruno se casou, meus pais voltaram para o
Brasil. Eu estava feliz pelo Bruno e com certeza chorei a noite toda depois do
casamento. Eu sentia a sua falta, Jessé. Você me deixou aqui sem mais nem
menos, sem explicações. Eu tive que tentar me virar sozinha, me reconstruir. Certo dia Angeline me ligou, foi numa tarde de sábado.
Ela me chamou para sair, não estava afim de vê-la porque a última vez que a vi,
ela tentou me animar, do jeito dela, mas tentou. Gritou comigo, disse que
você não me merecia, que tudo aquilo era pra eu ver o meu valor, e blá blá blá.
Não adiantou nada no fim das contas, eu continuei triste. Mesmo ela insistindo,
eu disse que não iria. Na semana seguinte eu fui demitida, depois do meu chefe
conversar comigo durante todo aquele tempo, ele acabou me mandando em bora.
Eu sinto muito – Jessé disse cabisbaixo.
- É bom sentir muito mesmo, porque a culpa foi toda sua. Mas tudo bem, agora o que importa é o hoje.
Resumindo fui mandada embora, perdi minha vontade de me arrumar, não queria
mais sair de casa... Chegou o dia em que minha mãe me levou a um psicólogo, o
cara parecia gente boa, mas eu não estava afim de conversar com ele. Tadinho,
ele tentou de tudo. Até que eu parei de ir, e fiquei em casa. Decidi que não
queria mais viver. Falando assim até parece dramático né... Mas a verdade é que
viver tinha perdido a graça, não existia nada nem ninguém que me fizesse rir ou
chorar, não fazia nada além de dormir, ouvir minha mãe falar de vez em quando
no quarto, e comer um pouco. Certa vez, de madrugada, acordei e não consegui
mais voltar a dormir, lembrei de você, senti tanta saudade. Aquilo doía, e doía
de verdade, sabe? Comecei a ouvir as nossas risadas, nossas conversas. Comecei
a sentir forte dores de cabeça e quando notei, eu estava batendo com a cabeça
na parede do quarto. Quando consegui parar, cai no chão. Lembro de vultos
entrando no meu quarto, deveria ser minha mãe e meu pai, depois disso não me
lembro de muita coisa. Lembro do hospital, e de lá vim pra cá.
- Nossa, você tentou se
matar?!
- É, acho que sim...
- Nós dois, somos dois
idiotas... Eu ainda te amo, e me arrependo por tudo que poderia ter feito, mas
não fiz. Podia ter te ligado, mandado uma mensagem, sinal de fumaça, qualquer
coisa. Vem cá. – Me abraçou, ele ainda estava forte. Começou a chorar.
- Jessé, qual é.. – Eu disse
num tom de voz doce para acalmá-lo - Você não pode chorar.. Eu te perdoei. E
estamos aqui nessa manhã incrível e inacreditável... Quem diria que nos
encontraríamos num hospício? Quem diria que depois de três anos incríveis de
namoro, sem quase nenhuma briga séria, estaríamos aqui? Onde os loucos se
tratam? Onde somos tratados como ratinhos de laboratório? Eu não ligo mais pra
nada disso aqui. Eu ligo pra você! Você é o cara que eu amo, que eu amei a
cinco anos atrás, que eu nunca esqueci, que invadiu o meu quarto ontem a noite,
que me fez perder várias noites de sono. Eu sou a mulher da sua vida e você o
homem da minha vida! A gente nasceu pra ficar juntos. Entenda isso. Eu amo
muito você, Jessé. Por favor esqueça o passado. A gente tem todo um futuro
juntos!
Continue...
domingo, 8 de junho de 2014
Apenas 25 anos - Parte 18
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Ficamos abraçados durante
alguns minutos sem dizer nada um para o outro. Num silêncio confortável. Era bom ouvir sua respiração sincronizada com a minha, sentir seu coração bater,
sentir aquele cheiro natural do Jessé. Pensei em contá-lo sobre como tinha
chegado ali mas aquele momento não merecia ser interrompido com minhas
lembranças dolorosas de um passado que queria esquecer. Eu queria tanto que
aquele momento não acabasse, sentados naquela grama com várias árvores em volta
fazendo sombra, aquela luz brilhante do sol da manhã. Dava para ouvir os
pássaros cantando, as pessoas conversando, algumas risadas mesmo que de longe.
Estava sendo uma manhã maravilhosa.
- E você ? – Jessé
perguntou quebrando nosso silêncio – Como veio parar aqui?
- Bom... É uma longa
história.
- A minha também é, e eu
te contei. Mas se você não quiser contar, eu entendo.
- Não sei se quero...
- Olha, eu vou buscar mais
café. Se você quiser, eu pego pra você.
- Por favor – Entreguei
minha xícara.
- Enquanto isso vai
pensando se me conta ou não como você chegou aqui, ok? – Me deu um beijo na
testa e saiu.
Não sabia se queria contar que morri de ódio quando ele desapareceu, remoer o passado não parecia
uma boa ideia naquele momento. Mesmo assim decidi que iria contar como cheguei ali, mas de
uma maneira que não parecesse tão triste e deprimente. Estava organizando, na
minha cabeça, por onde começaria quando ele chegou com minha xícara cheia de
café quente e se sentou ao meu lado.
- E aí – Ele disse – Vai
me contar?
- Olha Jessé, - comecei –
eu não queria, para começo de conversa, que você viajasse para a Argentina,
pelo menos não sem mim. Eu sei que tudo isso foi discutido na época, eu não
podia ir por causa do trabalho. Assim que você viajou, eu já estava morrendo de
saudades e você só entrou em contato comigo cinco dias depois da sua partida, e
foi uma mensagem de bom dia e mais nada. Poxa... Apesar de eu esperar mais do que só
uma mensagem do meu namorado que estava comigo a três anos e não me via a cinco
dias, eu respondi sua mensagem com um texto gigante dizendo como eu estava me
sentindo, como eu sentia a sua falta, perguntando como era a Argentina, como
você estava e tudo o mais. Você não me respondeu. Eu não sabia que você estava
no Brasil ainda, até que sua sua mãe me disse que da Argentina você e a Jacke iriam para Brasília resolver uns problemas familiares. Eu respeitei isso, mas estava
muito magoada, você não me ligou, não respondia minhas mensagens. Comecei a pensar que estava fugindo de mim. Algumas
semanas depois meus pais viajaram e ficaram dois anos no Japão, meu pai tinha trabalho lá, e ele não iria sem a
minha mãe. Então a casa estava só para mim, Caio, Bruno e Maria Eduarda, que já
estava com seus sete anos de idade. Fiquei a maior parte do tempo cuidando
dela. Mas quando ela fez oito anos, minha vó achou melhor que Duda morasse com
ela, era mais perto da escola e vovó podia ficar o tempo todo de olho nela,
coisa que eu e o Caio não conseguíamos muito. Quando o Bruno casou...
- O Bruno casou? – Jéssé
interrompeu.
Continua...
Continua...
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Apenas 25 anos - Parte 17
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- E
esse tempo todo você não me ligou! Não me avisou nada... Me deixou
completamente por fora de tudo isso! Eu podia ter te ajudado!
-
Posso terminar? – Bufei – Eu quis te ligar, eu juro. Mas não sabia o que te
dizer, todo tempo que pensava em ligar pra você, não conseguia bolar nada que justificasse o meu sumiço, não
quis te preocupar. Depois de um tempo, quando minha mãe chegou ela me
disse que tinha conversado com você, achei que ela tinha te contado tudo. Me
desculpe, eu estava super travado, desesperado com toda aquela situação. Enfim,
já que mamãe estava com a gente, isso nos deu mais coragem para encarar nosso
pai. Então liguei e marquei um almoço, para que conversássemos sobre tudo que
aconteceu no passado.
- Tá
e como foi esse almoço – Perguntei ansiosa.
- Não
foi. Quando chegamos lá, encontramos uma mulher que disse que era assistente
dele. Ela disse que ele estava internado em um hospital, e que nos levaria até
ele. Então, fomos até lá e entramos no quarto onde ele estava. Ele começou se
desculpando por ter ficado tanto tempo sem aparecer, disse que se houvesse
alguma forma dele nos retribuir era só falar, dinheiro não era problema, e
tempo também não. Então eu disse que passaríamos algumas semanas ali pra saber
como ele era. Ele ficou feliz, e eu também. Eu queria saber como ele era, e o
que ele fazia. Depois de três semanas ele recebeu alta.
- Mas
o que ele tinha?
- Eu
não sei direito, mas era câncer. No dia que ele foi pra casa, vi sua mensagem
no meu celular. Fiquei desesperado. Eu quis te ligar, tentei várias vezes, mas
percebi que era tarde demais. Tentei me ocupar um pouco com meu pai, fomos
assistir alguns jogos juntos, ele era muito bem humorado, fazia piada de tudo e
de todos, fomos ao cinema, restaurantes, boliche e várias coisas, eu até
comecei a chamá-lo de Pai. A Jacke também se divertiu, ele fez compras com ela
e com a mamãe, por algumas semanas eu tive a família que sempre quis, papai já
estava aposentado, e ele era muito rico. Então realmente tínhamos dinheiro e
tempo de sobra para aproveitarmos. Um dia ele piorou, teve que ser internado de
novo. Fiquei pensando como Deus pode fazer uma coisa dessas comigo? Me dar um
pai e ao mesmo tempo me tirar tão rápido! Achei tudo aquilo injusto! Perder você tinha sido
dolorido demais, mas perder um pai que tinha acabado de conhecer foi muito
pior. Antes dele morrer ele me disse que Deus estava no controle de todas as
coisas, que no dia em que me ligou, foi o dia em que tinha aceitado
Jesus como seu salvador. Se Jesus não tivesse entrado na vida dele, ele me
disse, não tentaria fazer contato comigo. Ele pensava que mamãe estava
interessada no dinheiro dele e que tudo que ele tinha conquistado era só para
ele, não queria dividir nada naquilo. Mas Jesus veio e mudou esse modo de pensar dele. Me disse também que
estava feliz por me conhecer, e que sentia muito orgulho de mim e da Jacke.
- Eu
sinto muito – Eu disse melancólica.
-
Aquilo não me tocou. Estava com muita raiva de Deus, porque fazer uma coisa
dessas comigo? Com a Jacke? Com a mamãe? Todo o dinheiro que recebi de herança
não me ajudou em nada. Comecei a agir de forma estranha e não queria voltar pra
cá. Não queria te ver com outro cara, não queria ver ninguém daqui. Mamãe voltou
com a Jacke e me pediu para que procurasse uma igreja para frequentar. Até
parece que eu faria isso. Fiquei aqui sozinho. Tentava te ligar, mas só dava
caixa postal.
- Eu
tinha trocado meu número.
- Eu achei que você tinha arranjado um outro namorado. Foi então que comecei a ter
alucinações. Com meu pai, com você. Estava ficando louco naquela mansão.
Sozinho, sem empregados, sem ninguém. Fui até um prédio da cidade, eu nem sabia
direito o que eu queria lá. Mas aquele era o prédio mais alto da cidade. Fui
até o último andar, estava pronto para dar um fim a toda aquelas lembranças com
você, estava na janela do último andar, me sentei e olhei os carros lá para
baixo. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, eu pulei.
- Meu
Deus! – Exclamei
-
Calma. – Ele disse – Eu não estava no último andar e aquele não era o prédio
mais alto da cidade. Eu só quebrei as duas pernas e fraturei mais algumas
coisas. Me mandaram para um hospital psiquiátrico depois da minha recuperação de dois anos.
Fiquei no hospital alguns meses até encontrarem minha família. Minha mãe me
trouxe pra cá faz quase um ano, aqui ela pode cuidar de mim.
- E
as alucinações?
-
Bom, quando eu te vi aqui, achei que fosse alucinação. Quando entrei no seu
quarto, você não me disse nada para que eu pudesse ter certeza de qualquer coisa.
Não dormi a noite toda pensando em fugir dali e voltar no seu quarto. Mas agora
de manhã quando te abracei, eu te senti. Você é real, você está aqui comigo.
- É..
– O abracei forte – Eu estou aqui.
Continua...
terça-feira, 3 de junho de 2014
Apenas 25 anos - Parte 16
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Parecia
que todo hospital estava naquele jardim, enfermeiros, Drs, psicólogos,
cozinheiros, faxineiros, alguns familiares de pacientes, muita gente. Até que colocaram umas
mesas ali mesmo, no jardim. O café da manhã estava lá, torradas, queijo, pão de
leite, sucos, café, leite, chá e muitas outras delícias. Fomos juntos e pegamos
um pouco de café e nos sentamos na grama. Aquele dia foi mágico. Ficamos de
mãos dadas o tempo todo.
-
Você vai me contar tudo! – Eu disse, decidida a ouvir toda a história que ele
tinha pra me contar, ele sabia exatamente do que eu queria saber.
- Vou
sim. Você quer que eu comece agora? – Disse sem demora.
- Por
favor.
- Ok.
Quando estávamos com três anos e alguns meses de namoro, eu estava louco para
me casar com você. Bolei um plano, conversei com a sua mãe ela ficou super
animada, a fiz jurar segredo. Enfim, eu tinha planos para nós, para o nosso
futuro.
- Até
você desaparecer sem deixar rastros né!
-
Calma. – Ele disse paciente – Vou chegar lá. Quando eu viajei com minha irmã para
a Argentina e passei duas semanas lá, lembra? – acenei com a cabeça – Então, lá
eu recebi uma ligação de Brasília, um cara me ligou e disse que era meu pai,
queria me conhecer. Fiquei confuso, conversei com esse cara, peguei o numero do
telefone dele e assim que desliguei, liguei para a minha mãe, ela ficou
desesperada, não sabia que ele tentaria entrar em contato comigo. Mamãe
disse que quando voltarmos para o Brasil conversaríamos sobre o assunto. Não
queria voltar assim, então eu disse que era para ela pegar um avião e que nos
encontrariamos em Brasília. Como você sabe, eu e a Jacke fomos criados a vida
toda pela mamãe, nosso pai nunca quiz nos conhecer, tentamos várias vezes
mandar cartas e ligações, tudo isso não rendeu em nada. Mamãe sempre disse que ele
era um homem muito ocupado, eu não sabia o que ele fazia nem quem ele era, com
o tempo fomos deixando de lado. Quando desembarcamos em Brasília, ficamos
hospedados em um hotel próximo ao aeroporto.
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Naquela
noite não dormi, fiquei olhando o teto deitada na cama, com os dedos cruzados
sobre a barriga, esperando que alguma coisa acontecesse, que Jessé conseguisse
fujir e me visitar de novo, mas que dessa vez converssássemos sobre o passado,
sobre como ele chegou ali. Apesar de tudo, eu ainda o amava e amava muito, como
se nunca tivessemos nos separados, como se ainda tivesse namorando aquele
garotão engraçado e apaixonado por mim.
Quando
o sol estava nascendo, alguém bateu na porta do meu quarto. Era uma enfermeira,
tinha um olhar doce, se aproximou da minha cama e me pediu para que colocasse
uma blusa, pois iriamos lá no pátio ver o sol nascer. Tive esperança de
encontrar o Jessé la fora então me levantei e me vesti como a enfermeira havia
mandado. Quando saí do quarto notei que todos estavam saindo de seus quartos,
cada um com seus enfermeiros. Andamos até o pátio e nos levaram até um jardim
que eu nem sabia que existia. Vi de longe o rosto de Jessé, fiquei animada,
queria abraçá-lo.
-
Fique a vontade para ir conversar com ele – disse-me a enfermeira, ela parecia
que sabia de tudo, toda minha história com Jessé. – Fique a vontade para ir até
lá. Foi por isso que trouxemos vocês aqui. Para interagir um com o outro.
Comecei
a andar em direção ao Jessé, fiquei tentando bolar alguma coisa para dizer a
ele. Perguntas que gostaria de fazer, foi me dando um frio na barriga e não
congeui pensar em nada. Quando ele me viu começou a andar em minha direção,
isso me deixou mais nervosa ainda, mas continuei andando. Assim que nos
aproximamos o suficiente para falar alguma coisa um para o outro, ele me abraçou.
Não pude conter as lágrimas, elas insistiram em escorrer sobre meu rosto e sua
blusa. Senti seu coração bater acelerado, me fez me lembrar de todos os abraços
que demos juntos. Notei que ele também chorava, seu corpo todo tremia, soluçava
baixinho. Passamos alguns minutos ali, abraçados sem dizer nada um para o
outro.
- Não
quero te soltar – Ele disse finalmente.
- Não
quero que você me solte – Retruquei apertando-o mais forte.
-
Você se lembra?
- Mas
é claro!
Continua...
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sexta-feira, 30 de maio de 2014
Apenas 25 anos - Parte 14
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Decidi pedir um lápis e uma ceneta para mamãe. Depois de uma brande briga com a diretoria ela me conseguiu um caderno e uma caneta no fim da tarde do dia seguinte ao pedido. Iniciei escrevendo a minha história onde nasci, como cresci, com quem cresci, onde estudei, meus amigos da escola, trabalho, minhas musicas e bandas favoritas. Não sabia quem iria querer ler tudo aquilo. Me diverti ao escrever momentos hilários da minha vida. Até chegar ao memento horrível, que mudou minha história de maneira absurda. Parei de escrever e comecei a chorar, solusava, tremia. A visão ficou estranha, foi quando alguém entro pela porta, me segurei ao máximo, limpei os olhos e respirei fundo várias vezes. Quem entrou ali não foi um médico nem uma enfermeira, nem minha mãe, nem a Dra Suzana, pois todos estes que citei, teria tentado me acalmar ou coisa do tipo, mas essa pessoa ficou ali parado do lado dentro do quarto na frente da porta.
Antes que pudesse dizer qualquer palava uma enfermeira entrou pela porta e começou a gritar e fez o maior escândalo, apareceram homens fortes e o levaram para fora, ele lutou contra aqueles guardas mas o levaram mesmo assim. Ainda assim não consegui acreditar no que tinha visto. Ainda assim estava espantada, pensei que pudesse ser alucinações, efeito dos remédios que me deram. Inacreditável.
Depois de alguns minutos me acalmei e notei que nada daquilo tinha sido ilusório. Ele estava naquele hospital em algum lugar. Ele estava mais perto do que nunca. Era real, tudo que vi foi verdadeiro. Jessé estava aqui.
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Hospital
Psiquiátrico, 2019
Haviam
se passado duas semanas depois do insidente na sala da Dra Suzana. Fiquei no
meu quarto praticamente esse tempo todo. Conversar com aquele cara me fez
lembrar de todo meu passado, então aproveitei o tempo extra para recordar bons
momentos com cada amigo que tive, cada namorado, claro que só me lembrava do
Jessé, mas me lembrei de cada primo doido da minha família enorme, meus tios e
tias, meus avós, tanta gente que eu ama com todas as minhas forças. Fiquei
imaginando como eles estavam depois de tanto tempo sem se ver. A última vez que
vi todos reunidos foi no natal de 2015, iria se fazer quatro anos.
Decidi pedir um lápis e uma ceneta para mamãe. Depois de uma brande briga com a diretoria ela me conseguiu um caderno e uma caneta no fim da tarde do dia seguinte ao pedido. Iniciei escrevendo a minha história onde nasci, como cresci, com quem cresci, onde estudei, meus amigos da escola, trabalho, minhas musicas e bandas favoritas. Não sabia quem iria querer ler tudo aquilo. Me diverti ao escrever momentos hilários da minha vida. Até chegar ao memento horrível, que mudou minha história de maneira absurda. Parei de escrever e comecei a chorar, solusava, tremia. A visão ficou estranha, foi quando alguém entro pela porta, me segurei ao máximo, limpei os olhos e respirei fundo várias vezes. Quem entrou ali não foi um médico nem uma enfermeira, nem minha mãe, nem a Dra Suzana, pois todos estes que citei, teria tentado me acalmar ou coisa do tipo, mas essa pessoa ficou ali parado do lado dentro do quarto na frente da porta.
Olhei
e não acreditei no que vi. Fiquei paralizada ao ver aquele rosto, meus olhos
não acreditavam no que viam. Tive vontade de chorar ainda mais, correr e
abraçá-lo, mas também senti raiva, medo e continuei o encarando com espanto.
- Não
acredito que você está aqui! – Ele disse finalmente. Sua voz era a mesma, mas
sua aparência com certeza estava diferente, estava com o cabelo raspado,parecia
mais fraco, estava mais pálido e me
olhava do mesmo jeito que eu, espantado.
Antes que pudesse dizer qualquer palava uma enfermeira entrou pela porta e começou a gritar e fez o maior escândalo, apareceram homens fortes e o levaram para fora, ele lutou contra aqueles guardas mas o levaram mesmo assim. Ainda assim não consegui acreditar no que tinha visto. Ainda assim estava espantada, pensei que pudesse ser alucinações, efeito dos remédios que me deram. Inacreditável.
Depois de alguns minutos me acalmei e notei que nada daquilo tinha sido ilusório. Ele estava naquele hospital em algum lugar. Ele estava mais perto do que nunca. Era real, tudo que vi foi verdadeiro. Jessé estava aqui.
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